GLEB

 
 

 

 

Sereníssimo Grão Mestre Itamar Assis Santos

E-mail: graomestre@gleb.org.br

 

FUNDAÇÃO DA GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DA BAHIA

22 DE MAIO DE 1927

A origem, constituição, ano e data de fundação da atual Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia, inclusive, número e nome dos maçons presentes, constantes da Ata de Fundação foram publicados no Jornal do Maçom em 1978. (EDIÇÃO 86)

Os fatos ocorridos após sua fundação, é uma tarefa difícil de serem relatados no momento, pois o arquivo dos documentos, naturalmente, historiando todas as providências e atividades desenvolvidas à época, guardadas no escritório de um irmão, quando da construção do Edifício Maçônico (sede atual da GLEB), foram lamentavelmente devorados por um incêndio e, das cinzas, outros não renasceram.

O ocorrido foi divulgado para todos os maçons integrantes da nossa Grande Loja, menos as causas que o provocaram, formando-se assim, um longo vazio na memória da maçonaria baiana.

Hoje, quando, para atender a uma solicitação do Sereníssimo Grão-Mestre que precisa de um Relato sobre as atividades da Grande Loja na sua caminhada, deparamo-nos com a inexistência de livros e outros documentos,  justamente da sua fase inicial, em que, providências importantes, com certeza foram adotadas visando o desenvolvimento maçônico que se instalara na Bahia, através da Soberana Grande Loja, continuando e fortalecendo-se a cada ano, honrando as posições implantadas por UDO SCHLEUSNER, seu fundador e FRANCISCO BORGES DE BARROS seu primeiro Grão-Mestre e outros irmãos, seus sucessores, mantendo-a firme, com "Força e Vigor" através dos anos.

Com as explicações acima, estamos justificando a omissão de providências, sem dúvida, valiosas, que ocorreram para a instalação e o engrandecimento da Maçonaria no estado da Bahia, após a fundação da Soberana Grande Loja Simbólica da Bahia, posterior Grande Loja da Bahia e, atual GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DA BAHIA.

VEJAMOS A SEGUIR O DESENROLAR DE ALGUNS FATOS QUE IMPULSIONARAM A FUNDAÇÃO DA NOSSA GRANDE LOJA MAÇÔNICA DA BA.

"O Movimento em prol da criação da Grande Loja da Bahia, Potência Maçônica Independente e Soberana no Simbolismo, teve o seu princípio, após o rompimento do Poderoso Irmão Mário Behring com o sistema centralizador então vigente, pois que, somente existia, na época de tal rompimento (1926), como Alto Corpo Simbólico, o Grande Oriente do Brasil. Mário Behring era o Grão-Mestre geral do Grande Oriente e acumulava o cargo de Sob.·. Gr.·. Comendador do Supremo Conselho do Grau 33° do R.·. E.·.A.·.A.·. para os Estados Unidos do Brasil, e havia adotado o sistema descentralizador das Grandes Lojas Independentes e Soberanas, que era o que existia nos Estados Unidos da América do Norte, e ainda subsiste.

Na Bahia, o Movimento da descentralização tomou corpo quando, no mesmo ano de 1926, dificuldades e constantes dissensões existiam entre as lojas baianas, sendo Delegado do Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, neste Estado, o Pod.'. Ir.'. JOSÉ MARIA PEREIRA PIMENTA. Apesar de continuarem as dissensões, o Grupo das Lojas existentes, aderiu ao movimento de independência do Simbolismo, efetivando-se o rompimento definitivo do Ir.'. MÁRIO BEHRING, com a adesão do Ir.'.FRANCISCO BORGES DE BARROS e das Lojas jurisdicionadas. Houve uma reunião preliminar no dia 07 de maio de 1927, e outra na Loja "UNIÃO E SEGREDO" em 13 do mesmo mês e, finalmente, a 22 de maio de 1927, realizou-se a sessão oficial para Fundação da GRANDE LOJA DA BAHIA, no Templo do Edifício da Maçonaria, à Rua Carlos Gomes, 21. Na ocasião foi lavrada a ATA, nos seguintes Termos:

 "ACTA DE INSTALAÇÃO DA GRANDE LOJA SYMBÓLICA DO ESTADO DA BAHIA, AOS 22 DIAS DO MÊS DE MAIO DE 1927".

"Às dez horas, presentes trinta e um maçons, membros das Lojas deste Oriente, dentre elles os Veneráveis das Lojas, União e Segredo, Udo Schieuner, Filhos de Salomão, Fidelidade e Beneficência, Força e União Segunda, União e Justiça, no Templo do Edifício Maçônico. Assumiu a Presidência o Pod.·. &.·. Dr. A. J. de Souza Carneiro, 31°, que expôs a necessidade da criação de Uma Grande Loja neste Estado, de acordo com a idéia neste sentido, levantada pelo Pod.·. Ir.·. Dr. FRANCISCO BORGES DE BARROS, 18°, no seio da nossa coirmã, UNIÃO e SEGREDO, e de igual modo o tem feito em outras coirmãs e, em sessão de 13 do corrente, primeira reunião convocada pelo mesmo, que expondo o motivo, foi nomeada uma comissão chefiada pelo Pod.·. Ir.·., que fala, para apresentar as bases da criação da Grande Loja; assim, vem ora desobrigar-se da incumbência, expondo aos dignos maçons presentes que, a referida Grande Loja será fundada sob os auspícios do Sup.·. Conselho do Rito Escocês; será independente e soberana dentro do Symbolismo, e nesta reunião será declarada Instalada e Constituída a sua administração provisória. Aprovadas pêlos presentes as indicações apresentadas pelo presidente, este declarou que em vista do resolvido ia ser escolhida a administração ; provisória da Grande Loja, que por deliberação dos presentes foi aclamada: Grão-Mestre, Dr. FRANCISCO BORGES DE BARROS; Gr.·. Iniciador Escossêz, Dr. A. J. de Souza Carneiro; Gr.·. Legislador, Alfredo da Silva Brim; Gr.·. Juiz, Dr. Ernesto Sá de Bittencourt e Câmara; Gr.·. Vigilante Dr. João da Costa Chagas Filho; Gr.·. Vigilante, Dr. Manoel Dias de Moraes; Gr.·. Secretário, Sadi Camot Brandão; Gr.·. Chanceler, Vitalino Cândido de Almeida; Gr.·. Mestre de Cer.·. Raphael da Costa Lima; Gr.·. Mestre de Cer.·. das Solenidades, Raphael Palumbo; Gr.·. Luz Auxiliar, Prudêncio F. de Carvalho. Proclamada a Administração Provisória, assume o Pod.·. Ir.·. Dr. Francisco Borges de Barros a presidência, na qualidade de Grão-Mestre, o qual agradeceu a honra que acabara de receber dizendo que não era o seu intento, trabalhando para a criação da Grande Loja, ambicionar nenhum lugar de destaque, mas, sim ser o progresso e a libertação da Maçonaria neste Oriente, por isso desejava que ocupasse o lugar de Grão-Mestre, Maçons de maiores serviços prestados e cuja posição no mundo profano pudesse melhor dar nome e destaque à nova agremiação. Sente-se entretanto, imensamente satisfeito em ver realizada sua aspiração, para cujo fim encontrou o apoio decidido dos Veneráveis das oficinas deste Oriente e maçons de grandes merecimentos. Comunica que recebeu adesão das Lojas do interior, tanto por telegramas como do expediente das sessões pela criação da Grande Loja. Foi justificada e aprovada a seguinte proposta: "Propomos que seja lançado na Acta de hoje, um voto de louvor e profundo reconhecimento, às Lojas União e Segredo, Fraternidade Bahiana, Fidelidade e Beneficência, Força e União 2a, Filhos de Salomão, Udo Schieuner, União e Justiça, e as adormecidas. Abrigo da Humanidade, e Caridade Universal, pela ação e colaboração decisivas para a criação da Grande Loja, com o concurso extraordinário prestado pelo Dr. Francisco Borges de Barros, que foi o pioneiro da redenção do nosso symbolismo maçônico. Assinam: Carlos Maron e Prudêncio de Carvalho.

Por fim, o Ser.·. Gr.·. Mestre agradeceu a presença de todos e a confiança imensa nelle depositada, esperando que, sem ódios, sem ressentimentos, mas, com uma unidade de vistas e boas intenções, se fizesse a consolidação da grande Loja da Bahia e, dá por terminada a sessão. Eu, J. Prudêncio de Carvalho, servindo de Secretário, lavrei a presente, aos 22 dias de maio de 1927 - E.·.V.·.

As lojas Caridade e Segredo do Or.·. de Cachoeira e Aliança Universal, Or.·. de São Fênix foram representadas com plenos poderes por seus Veneráveis Mestres.

Seguem-se as assinaturas.

 

     

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